[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quinta-feira, 28 de março de 2024

[3377.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLXII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLXII *

01550. Macário José Moreira de Campos [1933]

[Viseu, c. 1904. Empregado bancário. Filiação: Elisa Teixeira Moreira de Campos, João Moreira de Almeida Campos. Solteiro. Residência: Travessa Nova de S. Domingos, 34 - Lisboa. Preso pela Seção Política e Social em 18/10/1933, «por ter em seu poder alguns exemplares do jornal clandestino "A Verdade"», recolheu incomunicável à 26.ª esquadra [Processo 801]. Libertado em 19/10/1933.]

01551. António Marques Valente [1933]

[Restituído à liberdade pela SPS em 19/10/1933.]

01552. José Pereira Barbosa [1933]

[Libertado do Aljube do Porto em 20/10/1933.]

01553. Mário Mesquita [1928, 1930, 1933, 1933]

[Mário Mesquita || F. 16/10/1928 || ANTT || T-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903_m0010]

[Dois Portos, c. 1889. Professor. Filiação: Mariana Isabel Mesquita, José do Carmo Mesquita. Solteiro. Residência: Rua da Esperança, 69 - Lisboa. Preso em 15/10/1928, «por ter feito parte do comité revolucionário de 7 de Fevereiro»; libertado em 21/10/1928 [Processo 4052]. Vigiado, foi preso em 07/04/1930, «por suspeita de transmitir ordens a elementos revolucionários»; libertado em 26/04/1930 [Processo 4561]. Preso em 10/07/1933, «sob a acusação de estar envolvido na organização dum movimento revolucionário em preparação» [Processo 737]. Por despacho do ministro do Interior, foi-lhe fixada residência obrigatória em Peniche em 11/07/1933. Por despacho do mesmo ministro, de 26/07/1933, foi mandado restituir à liberdade, continuando, no entanto, com residência fixada em Peniche. Por despacho de 16/10/1933, foi autorizado que fixasse residência obrigatória em Lisboa: apresentou-se na SPS em 23/10/1933, declarando ficar a residir na Rua da Esperança. Preso em 31/10/1933, «por suspeita de andar envolvido em manejos revolucionários»; libertado em 01/11/1933 [Processo 817].]

[João Esteves]

quarta-feira, 27 de março de 2024

[3376.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLXI

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLXI * 

01545. Manuel Pereira Júnior [1933]

[Coimbra, c. 1914. Servente. Filiação: Maria Clara, Manuel Pereira. Menor, entrou na Delegação da SPS do Porto em 17/10/1933, seguiu para o Aljube local e, em 19/11/1933, foi deportado para Angra do Heroísmo. Preso no âmbito do processo que envolveu o jornal "A Verdade".]

01546. António Maria de Oliveira [1933]

[Coimbra, c. 1897. Tipógrafo em Coimbra. Filiação: Maria Nunes, José de Oliveira. Detido por estar envolvido na impressão de alguns números do jornal republicano clandestino "A Verdade", entrou na Delegação da SPS do Porto em 17/10/1933, seguiu para o Aljube local e, em 19/11/1933, foi deportado para Angra do HeroísmoIntegrou a leva de 143 presos políticos que, em 19/11/1933, embarcou no vapor Cuanza com destino à Fortaleza de São João Baptista, onde chegou a 22. Julgado em 27/08/1934, foi condenado a 430 dias de prisão e perda dos direitos políticos por cinco anos. Libertado em 09/01/1935, já depois de ter concluído a pena.]

[António Maria de Oliveira || 17/12/1934 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0008]

[António Maria de Oliveira || 19/12/1934 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0007]

[António Maria de Oliveira || 10/01/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0002]

[António Maria de Oliveira || 12/01/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0001]

01547. António Maria Malva do Vale [1927, 1929, 1930, 1933]

[António Maria Malva do Vale || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903_m0015]

[Vila Pouca do Campo – Coimbra, 24/10/1870. Médico. Filiação: Maria Ferreira Rodrigues Figueiredo, José António do Vale. Casado. Residência: Av. Barbosa du Bocage - Lisboa. Participou na revolução de 31/01/1891 e no 05/10/1910. Eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte de 1911 pelo Círculo de Moçâmedes; em 1915, foi eleito deputado pelo Círculo de Moncorvo, mas nas listas do Partido Evolucionista. Em 1917, esteve na organização do Partido Centrista Republicano, liderado por Egas Moniz. Preso, por ordem do Governo, em 14/09/1927 e deportado, em 18/09/1927, para Angola [Processo 3204 - PSE]. Regressado em 1929 e vigiado, voltou a ser preso nesse ano [v. Processo 4307]. Preso em 16/07/1930 e libertado em 17/10/1930 [Processo 4631]. Preso em 10/11/1931, por ter tomado parte no movimento de 26/08/1931. Preso em 17/10/1933, em Coimbra, «por estar comprometido na composição e impressão do jornal clandestino “A Verdade”» [Processo 199/Porto]. Entrou na Delegação da SPS do Porto e seguiu para o Aljube local. Veio da Delegação da PVDE do Porto e, em 19/11/1933, embarcou em Peniche com destino a Angra do Heroísmo. Libertado em 01/08/1934, quando estava em Angra, por ter sido despronunciado pelo TME. Faleceu em 07/08/1940.]

01548. Joaquim Abreu Couceiro [1933]

[Montemor-o-Velho, c. 1883. Marceneiro. Filiação: Joaquina Rosa de Oliveira, Joaquim Maria de Abreu. Casado. Residência: Beco do Ramal, 6 - Coimbra. Preso em 17/10/1933, em Coimbra, no âmbito do processo que envolveu o jornal "A Verdade". Entrou na Delegação da SPS do Porto e seguiu para o Aljube local. Veio da Delegação da PVDE do Porto e, em 19/11/1933, embarcou em Peniche com destino a Angra do HeroísmoLibertado em 01/08/1934, quando estava em Angra, por ter sido despronunciado pelo TME.]

01549. João Marques Perdigão Júnior [1933]

[Coimbra, c. 1888. Escrivão de direito. Filiação: Juliana Marques Bizarro, Henrique Marques Perdigão. Casado. Residência: Rua Cândido dos Reis, 42 - Coimbra. Preso em 17/10/1933, em Coimbra, «por estar comprometido na composição e impressão do jornal clandestino “A Verdade”» [Processo 199/Porto]. Entrou na Delegação da SPS do Porto e seguiu para o Aljube local. Veio da Delegação da PVDE do Porto e, em 19/11/1933, embarcou em Peniche com destino a Angra do HeroísmoLibertado em 01/08/1934, quando estava em Angra, por ter sido despronunciado pelo TME.]

[João Esteves]

[3375.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLX

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLX *

01537. José Gomes dos Santos [1933, 1939]

[José Gomes dos Santos]

[Coimbra, 19/03/1899. Empregado de comércio / Agente de seguros. Filiação: Mariana da Conceição Gomes, João Gomes Júnior. Solteiro. Residência: Rua Cidade Cardiff, 31 - Lisboa. Preso por estar envolvido na impressão e distribuição, a partir de Coimbra, de alguns números do jornal republicano clandestino "A Verdade", afeto a Afonso Costa, o qual chegou a ser feito a partir da mercearia que o pai detinha na Rua da Sofia e que era frequentada «assiduamente por tertúlias de vários "desafetos" ao regime»Esteve diretamente envolvido na fuga de Armando Cortesão, um dos responsáveis pelo órgão republicano, e entregou, por volta de 1935, parte do tipo que se salvara, «escondida talvez nos escaninhos da mercearia de João Gomes Júnior» ao Partido Comunista «que dele pôde assim passar a usufruir». Os caracteres tipográficos salvos foram entregues dentro de um saco a António Mano Fernandesestudante antifascista conimbricense que faleceu em 30 de Janeiro de 1938, com 27 anos, por falta de assistência médica, tendo sido transferido já moribundo do Forte de Peniche para os Hospitais Universitários de Coimbra. Deu entrada na Delegação do Porto da Seção Política e Social em 17/10/1933 e transferido, em 24/10/1933, para o Aljube local. Enviado para Peniche em meados de novembro, a fim de ser deportado, em 19/11/1933, para Angra do Heroísmo, de onde terá regressado antes de 28/08/1934. Na sequência deste mesmo processo envolvendo o jornal "A Verdade", foram presos na mesma altura, entre outros: António Borges Coutinho, António Maria de Oliveira (tipógrafo); António Maria Malva do Vale (médico); Henrique José Pereira de Matos (aprendiz); João da Silva (escultor, cunhado de António Sérgio); os seus irmãos Jaime e Mário Gomes dos Santos; Manuel Pereira Júnior (servente); Manuel Reis Gomes; e Neves Rodrigues. O seu pai só seria detido em 1936. Apareceu, neste ano, associado à criação de uma Frente Popular em Coimbra e apoio aos antifascistas espanhóis, fazendo parte do mesmo Processo Albano Pires Fernandes Nogueira (despronunciado), Aníbal Carneiro Franco (cunhado), António Mano FernandesAntónio Ventura, Augusto SerraFernando Lopes GraçaJaime AugustoJoão José Lopes Farinha (despronunciado), Manuel Augusto de OliveiraManuel NunesMário Freitas Morais (despronunciado) e Raul Mariz Seabra [Processo 1184/36]. Por andar fugido, foi julgado à revelia pelo TME em 14/04/1947 e condenado em 23 meses de prisão correcional. Preso em 24/09/1939, quando se encontrada escondido em casa de Paulo Crato (Paulo António Arrobas Crato), situada na Rua Cidade Cardiff - Lisboa. Recolheu ao Aljube, passou pela sua enfermaria e, julgado pelo TME em 06/04/1940, seria condenado na pena de 360 dias, a que se descontou a prisão preventiva sofrida. Um dos seus companheiros de cárcere foi o médico Adolfo Correia da Rocha (Miguel Torga), cuja amizade perdurou durante décadas, tendo a sua vasta biblioteca toda a obra daquele escritor autografada e com dedicatória. Libertado em 03/06/1940. Conhecido oposicionista de Coimbra, integrou todas as iniciativas da Oposição realizadas na cidade, voltou a ser preso  e teve papel muito relevante na divulgação de escritores e artistas neorrealistas e no desempenho de atividades clandestinas do Partido Comunista, de que que era militante há muitas décadas. Faleceu em 03/04/1991.] 
[alterado em 28/03/2024]

[in Alberto Vilaça || À Mesa d'A Brasileira (Calendário de Letras, 2005)]

[Desenho de Cipriano Dourado, 1959]

01538. Brás Ferreira Leitão [1933]

[Deu entrada na Delegação do Porto da Seção Política e Social em 17/10/1933 e transferido, em 24/10/1933, para o Aljube local. Enviado para Peniche em meados de novembro, a fim de ser deportado, em 19/11/1933, para Angra do Heroísmo.]
[alterado em 28/03/2028]

[Brás Ferreira Leitão || ANTT || 02/02/1934 || PT-TT-MI-GM-4-47-9_m0002]

[Brás Ferreira Leitão || ANTT || 21/02/1934 || PT-TT-MI-GM-4-47-9_m0001]

01539. Fernando Francisco Baião [1933]

[Transitou da Cadeia Civil do Porto para a Delegação da Seção Política e Social em 16 ou 17/10/1933. Transferido para a Cadeia Civil em 24/10/1933. Poderá ser o mesmo que Fernando Baião = 01248.]
[alterado em 28/03/2024]

01540. José Passos Cardoso [1933]

[Transitou da Cadeia Civil do Porto para a Delegação da Seção Política e Social em 16 ou 17/10/1933. Libertado do Aljube do Porto em 20/10/1933. Transferido para a Cadeia Civil em 24/10/1933.]
[alterado em 28/03/2024]

01541. António Marques Freitas [1933]

[Libertado pela Delegação da SPS do Porto em 16/10/1933.]

01542. Mário Mattis Neves [1933]

[Entrou na Delegação da SPS do Porto em 17/10/1933 e seguiu para o Aljube local.]

01543. Afonso Correia Bastos [1933]

[Entrou na Delegação da SPS do Porto em 17/10/1933 e seguiu para o Aljube local.]

01544. Henrique José Pereira de Matos [1933]

[Coimbra, c. 1916. Aprendiz de tipógrafo. Filiação: Felismina Dias, Manuel Tomás. Menor, entrou na Delegação da SPS do Porto em 17/10/1933, seguiu para o Aljube local e, em 19/11/1933, foi deportado para Angra do Heroísmo, onde foi absolvido aquando do julgamento em TME – Secção dos Açores. Regressou em 09/11/1934 e saiu em liberdade. Detido  no âmbito do processo envolvendo o jornal "A Verdade".]

[João Esteves]

terça-feira, 26 de março de 2024

[3374.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLIX

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLIX *

01533. Manuel Sousa Lopes [1933]

[Deu entrada na Delegação do Porto da Seção Política e Social em 17/10/1933. Transferido, em 19-20/10/1933, para o Aljube do Porto.]
[alterado em 28/03/2024]

01534. Henrique Pereira Maia [1930, 1933]

[Freguesia de Massarelos - Porto, c. 1903. Empregado da Câmara Municipal de Lisboa. Filiação: Augusta Alves, Godofredo Exposto. Solteiro. Rua Gomes Freire, 22 - Porto. Preso pela Polícia de Informações do Porto por fazer parte de um grupo de manifestantes que, no dia 5 de outubro de 1930, «andou pelas ruas do Porto dando vivas subversivos e morras à atual Situação» [Processo 4697-J]. Libertado em 17/10/1930. Deu entrada na Delegação do Porto da Seção Política e Social em 17/10/1933 e transferido, em 19-20/10/1933, para o Aljube local.]
[alterado em 28/03/2024]

01535. João Paulino de Sousa [1930, 1933, 1940]

[João Paulino de Sousa || F. 13/07/1940 || RGP/12475 || PT-TT-PIDE-E-010-63-12475]

[Serra d´El-Rei - Peniche, 03/03/1906. Empregado de Comércio. Filiação: Maria Paulina, Adriano de Sousa. Casado. Residência: Freguesia de S. Pedro - Torres Vedras. Preso em 30/04/1930, «por tentar dar fuga a Edmundo Gonçalves na ocasião em que este foi preso». Deu entrada na Delegação do Porto da Seção Política e Social em 17/10/1933 e transferido, em 19-20/10/1933, para o Aljube local. Terá partido para Espanha e seria preso em 04/07/1940, em Vilar Formoso, por «ser combatente nos marxistas espanhóis». Enviado para a cadeia daquela localidade e levado, em 13/07/1940, para a sede da PVDE, deu entrada no Aljube e, depois, foi sendo sucessivamente transferido para Caxias (21/12/1940), novamente Aljube (06/02/1941), Caxias (13/03/1941) e Peniche (04/08/1941). Embarcou para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, em 04/09/1941. Libertado em 01/01/1946, por ter sido abrangido pela amnistia de 05/12/1932. Regressou em 01/02/1946, no vapor "Guiné".]
[alterado em 28/03/2024]

01536. António Borges Clemente [1933]

[Coimbra, c. 1910. Tipógrafo em Coimbra. Filiação: Maria Clemente, António Clemente. Preso no Porto quando tinha 23 anos, por estar envolvido na impressão de alguns números do jornal republicano clandestino "A Verdade". A detenção deveu-se ao agente da PSP de Coimbra, e colaborador da Polícia Política, Artur da Costa ("o 11"), que o seguira. Deu entrada na Delegação do Porto da Seção Política e Social em 17/10/1933 e transferido, em 24/10/1933 para o Aljube local. Transferido para Peniche em meados de Novembro, a fim de ser deportado para Angra. Integrou a leva de 143 presos políticos que, em 19/11/1933, embarcou no vapor "Cuanza" com destino à Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, onde chegou a 22/11/1933. Torturado e espancado, tal como os outros tipógrafos, foi julgado em 27/08/1934 e condenado a 420 dias de prisão e perda dos direitos políticos por cinco anos. Saiu em liberdade em 09/01/1935, já depois de ter cumprido a pena a que fora condenado. Na sequência deste mesmo processo envolvendo o jornal "A Verdade", foram presos na mesma altura, entre outros: António Maria de Oliveira (tipógrafo); António Maria Malva do Vale (médico); Henrique José Pereira de Matos (aprendiz); João da Silva (escultor, cunhado de António Sérgio); os irmãos José, Jaime e Mário Gomes dos SantosManuel Pereira Júnior (servente); Manuel Reis Gomes; e Neves Rodrigues.]
[alterado em 28/03/2024]

[António Borges Clemente || 15/12/1934 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0006]


[António Borges Clemente || 15/12/1934 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0004/0005]

[António Borges Clemente || 17/12/1934 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0008]

[António Borges Clemente || 19/12/1934 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0007]

[António Borges Clemente || 24/12/1934 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0003]

[António Borges Clemente || 10/01/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0002]

[António Borges Clemente || 12/01/1934 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-430_c0001]

[João Esteves]

[3373.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLVIII

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLVIII * 

01525. Jaime Ferreira [1933, 1937]       

[Jaime Ferreira || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-4-NT-8904_m0008]

[Lisboa, 28/08/1907. Compositor. Filiação: Rosa Augusta Ferreira, Francisco Ferreira. Casado. Residência: Rua 2 - Lisboa / Rua Pinto Ferreira - Junqueira. Preso em 1933, tendo sido transferido para o Aljube em 13 ou 14/10/1933. Preso em 02/05/1937, «para averiguações», e levado, incomunicável, para uma esquadra. Transferido, em 11/05/1937, para a 1.ª esquadra, entrou, no dia seguinte, no Aljube e, em 05/06/1937, foi enviado para o Campo de Concentração do TarrafalRegressou em 20/02/1945. Conduzido para  Caxias, seria julgado pelo Tribunal Militar Especial em 06/03/1945 e condenado em três anos de prisão correcional, dada por expiada, e perda dos direitos políticos por cinco anos. Libertado em 07/03/1945.]

01526. João Ventura Ludovice [1933]

[Transferido para o Forte de S. Julião da Barra em 13 ou 14/10/1933.]

01527. Raul dos Santos Salgado [1933]

[Enviado à Seção Política e Social em 16/10/1933.]

01528. José Rodrigues Simões [1933, 1933]

[Candosa - Oliveira do Hospital, c. 1886. Descarregador. Filiação: Maria de Almeida, João Rodrigues Simões. Solteiro. Residência: Rua da Fábrica da Pólvora, 58 - Lisboa. Entregue pela PSP de Lisboa em 03/04/1933, por «proferir gritos subversivos na via pública, tais como "Vivas à Rússia e ao Comunismo"» [Processo 651]. Libertado em 08/04/1933. Entregue pela PSP de Lisboa em 02/10/1933, «por andar aos vivas ao Comunismo e à Rússia e aos morras à Ditadura» [Processo 803]. Libertado da 1.ª esquadra em 16/10/1933.]

01529. João Carlos Maia [1931]

[(Ex-) 1.º Sargento do Batalhão de Aerosteiros. Preso aquando da revolta de 26 de agosto de 1933: deportado para Timor em 02/09/1933, embarcou no navio "Pedro Gomes" e esteve internado no Campo de Concentração de Ataúro. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, foi autorizado o seu regresso por despacho do ministro do Interior datado de 17/06/1933. Terá regressado via Macau e apresentou-se em 16/10/1933, declarando ir residir na Costa do Castelo, 49.]

NOTA: Agradece-se a Maria João Dias a partilha de informações complementares.]

01530. Martinho Martins [1931]

[Porto, c. 1907. Sapateiro. Filiação: Virgília Martins dos Reis, Agostinho Inácio Ramos. Solteiro. Residência: Calçada dos Mestres, 68 - Lisboa. Preso no Parque Eduardo VII por soldados do Exército, por ter tomado parte na revolta de 26/08/1931 e estar armado. Levado para a Cadeia Nacional, seria deportado para Timor em 02/09/1931, de onde se evadiu para Macau. Por ter sido abrangido pela amnistia de 05/12/1932, foi mandado regressar por informação do Ministério do Interior de 09/03/1933. Não desembarcou em 09/06/1933, quando atracou o vapor "Moçambique", continuando em Macau. Apresentou-se em 16/10/1933, declarando ir residir para a Rua de Campolide, 86 - Lisboa.]

01531. Sebastião Anastácio Júnior [1931]

[Castro Marim, c. 1890. Caixeiro-viajante. Filiação: Matilde da Conceição, Sebastião Anastácio. Casado. Calçada da Ladeira, 4 - Lisboa. Entregue pela PSP de Santarém em 20/05/1931, acusado de ter auxiliado no levantamento das linhas do caminho-de-ferro e corte das comunicações telefónicas e telegráficas junto do Túnel de Albergaria na noite de 1 para 2 de Maio, colaborando com Artur de Oliveira Santos e Manuel Rodrigues Antunes [Processo 5001]. Deportado para Timor em 27/06/1931, de onde se evadiu para Macau. Por ter sido abrangido pela amnistia de 05/12/1932, foi mandado regressar por informação do Ministério do Interior de 09/03/1933. Não desembarcou em 09/06/1933, quando atracou o vapor "Moçambique", continuando em Macau. Apresentou-se em 16/10/1933, declarando ir residir para a Calçada da Ladeira.]

01532. António Marques Mendes [1933]

[Arganil, c. 1905. Empregado de comércio. Filiação: Maria da Piedade, Joaquim Marques Mendes. Solteiro. Rua da Bica Duarte Belo, 40 - Lisboa. Preso em 18/10/1933 pelo capitão Pessoa de Amorim, subdiretor da Polícia, «por lhe ter dito algumas frases provocadoras» [Processo 808]. Transferido da 4.ª esquadra para os calabouços do Governo Civil em 19/10/1933. Entregue à PSP de Lisboa em 27/10/1933.]
[alterado em 28/03/2024]

[João Esteves]

segunda-feira, 25 de março de 2024

[3372.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLVII

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLVII *

01520. José Augusto Julião [1933]

[Figueira da Foz, c. 1906. Carpinteiro. Filiação: Maria Clara da Silva, António Ascenso Julião. Casado. Residência: Lavos - Castelo, Figueira da Foz. Entregue pela PSP de Leiria em 12/09/1933, por ser detentor de arma proibida [Processo 786]. Transferido para o Aljube em 13 ou 14/10/1933. Julgado pelo TME em 25/11/1933, foi condenado a 76 dias de prisão correcional, dada por expiada com a já sofrida. Libertado nessa data por ordem do TME.]

01521. José Dias Salgueiro [1933]

[Corte Pinto - Mértola, 1892 ou 1902. Trabalhador / Mineiro. Filiação: Gabriela Maria, José Dias. Casado. Residência: Rua D. Olívia, 24 - Mina de S. Domingos. Preso em 25/05/1933, acusado de, juntamente com Valentim Adolfo João, «haver fabricado bombas de dinamite, com rastilho», de «ter tomado parte nos atentados dinamitistas ocorridos na Mina de S. Domingos durante a greve levada a efeito pelos mineiros» nos últimos meses de 1932 e de ser detentor de cartuchos de dinamite e de metros de rastilho [Processo 708], o que não se provou. Transitou, em 13 ou 14/10/1933, para o Aljube. Julgado pelo TME em 09/06/1934, terá sido condenado apenas a uma multa. Talvez por não a ter pago, só foi libertado em 05/06/1935.]

01522. Luís de Carvalho [1933]

[Alenquer, c. 1898. Trabalhador rural. Filiação: Catarina da Conceição, Paulo Luís de Carvalho. Casado. Enviado pelo TME em 14/08/1933, por ser detentor de uma pistola de calibre proibido [Processo 768-A]. Condenado a 15 dias de prisão correcional e a uma multa, convertida em tempo de prisão se não fosse paga, só foi libertado em 02/12/1933. Transitou para o Aljube em 13 ou 14/10/1933.]

01523. Vítor Avelar [1933]

[Preso em 1933, entrou no Aljube em 13 ou 14/10/1933.]

01524. António Mendes [1932, 1933, 1936, 1937, 1938]

[António Mendes || ANTT || RGP/2802 || PT-TT-PIDE-E-010-15-2802_m0017]

[Vila Real de Santo António, 09/09/1909 ou 10/12/1910. Sapateiro. Filiação: Maria das Dores, Eugénio Mendes. Solteiro. Residência: Rua Infante D. Henrique - 21 - Vila Real de Santo António. Detido sucessivamente na década de 1930, sempre em Vila Real de Santo António, passando vários anos nas diversas prisões. Preso em 29/07/1932, na sequência de uma denúncia do Cônsul Geral dos Estados Unidos da América, em Lisboa, por lhe ter dirigido uma carta «protestando contra a eletrocussão de oito jovens negros que aquele governo pretendia executar», tendo sido encontrados na sua residência «bastantes panfletos e correspondência comunista» [Processo 461-A]. Libertado em 12/12/1932, por ter sido abrangido pela amnistia de 5 de Dezembro [Decreto 21.943]. Entregue pelo Comando da PSP de Faro em 16/08/1933por pertencer ao Partido Comunista Português. A ordem da sua detenção partiu de Lisboa, por ser um dos elementos de ligação a Francisco de Paula Oliveira aquando da  reorganização daquele Partido e das Juventudes Comunistas na sua terra natal, tendo o contacto sido estabelecido via Manuel Venceslau LeiriaDo trabalho partidário de Francisco de Paula Oliveira no Algarve resultou a criação de Comités Locais, ficando António Mendes responsável pela Comissão Sindical. Teria, ainda, estabelecido a ligação do marinheiro Artur Alves ao espanhol Bruno Alfonso Calvo, residente em Ayamonte [Processo 799]. Transferido para o Aljube em 13 ou 14/10/1933. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 24/10/1934, foi condenado a 480 dias de prisão correcional e perda de direitos políticos por cinco anos [Processo 88/933, do TME]; libertado  em 11/12/1933, por haver cumprido a pena. Acusado de comunista, foi preso, pela terceira vez, em 21/03/1936. Mantido numa esquadra da PSP de Vila Real de Santo António, saiu em liberdade em 09/04/1936 [Processo 288/36]. Novamente detido pelo Posto daquela localidade em 17/03/1937, acusado de continuar a manter, juntamente com Gilberto António Rodrigues, militância comunista clandestina e contatos com os opositores à Ditadura, sendo libertado em 12/05/1937 [Processo 366/37]. No ano seguinte, em 19/03/1938, seria detido pela quinta vez em seis anos, só saindo em liberdade quatro anos depois, em 22/03/1942. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 30/11/1938 e condenado a quatro anos e perda de direitos políticos por cinco anos, passando por inúmeras esquadras, Aljube, Caxias e Peniche, onde se encontrava aquando da libertação [Processo 122/38].]

[João Esteves]

[3371.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLVI

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLVI *

01519. Fernando Quirino [1933]

[Fernando Quirino || ANTT || RGP/62 || PT-TT-PIDE-E-010-1-62]

[Lisboa, c. 1911. Serralheiro mecânico / estudante. Filiação: Maria Quirino, António dos Reis Quirino. Solteiro. Residência: Rua Domingos Tendeiro, 18 - Lisboa / Rua do Prior, 3 - Lisboa. Encontrava-se, em maio de 1933, fugido à Polícia e estava referenciado como integrando as direções do Partido Comunista e das Juventudes Comunistas, sendo considerado «um elemento de grande atividade» e com «graves responsabilidades» [Processo 713]. Preso em 09/07/1933, quando participava numa reunião clandestina no Sindicato dos Compositores Tipográficos, confirmou que pertencia às Juventudes Comunistas desde novembro de 1929, data da sua fundação, iniciado por Bernard Freund, integrando, então, a Comissão de Organização e, simultaneamente, a Célula N.º 1, composta por jovens operários do Arsenal da Marinha, onde trabalhava. No 1.º de Maio de 1931 já fazia parte do Secretariado do Comité Central das Juventudes Comunistas e, em agosto, partiu para Moscovo em representação destas, via Paris, onde chegou no dia 22 e apresentou-se na Repartição Latina da Internacional Comunista dos Jovens. Aí frequentou a Escola Leninista, sendo o seu primeiro aluno português, permaneceu dezassete meses, executou diversas tarefas, redigiu relatórios, assistiu a reuniões, nomeadamente da Internacional Comunista (VII Pleno da ISV e XII Pleno da IC) e manteve contatos estreitos com José de Sousa e Manuel Augusto da Rosa Alpedrinha, representantes do Partido Comunista. Terá regressado em novembro de 1932, entrou em contacto com Francisco de Paula Oliveira e assumiu o cargo de Secretário do Comité Central da Federação das Juventudes Comunistas, integrou, simultaneamente, o Secretariado Político do Partido Comunista e desenvolveu intensa atividade partidária, sindical e antifascista. No âmbito da sua militância, manteve ligação com alguns dos principais intervenientes das organizações comunistas da época, entre os quais constavam, para  além dos já referidos: Abraão Rodrigues Coimbra, Afonso Martins da Silva, Alfredo Caldeira, António da Piedade Cipriano, António Dias, João Oliveira Vidal, Júlio Vítor Ferreira, Pedro Batista da Rocha, Raul Rodrigues Lage, Virgínio de Jesus Luís e Vítor Hugo Velez GriloPassou, em 13 ou 14/10/1933, para o Aljube. Transferido, em 19/11/1933, do Aljube para Peniche, onde embarcou, por ordem do Governo, para a Fortaleza de São João Batista, em Angra do Heroísmo. Julgado pelo Tribunal Militar Especial, Seção dos Açores, em 20/08/1934, foi condenado a 690 dias de prisão correcional, faltando-lhe, então, cumprir 224. Mandado restituir à liberdade pelo TME em 25/07/1935, por ter terminado a pena, continuou preso à disposição da PVDE, por «se tratar de um elemento bastante perigoso», decisão confirmada pelo ministro do Interior. Deportado, em 23 de outubro de 1936, para o Tarrafal, aí permaneceu mais de nove anos e onde, devido a divergências com os camaradas de Partido, integrou o Grupo dos Comunistas Afastados. Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041, de 18 de Outubro de 1945, foi libertado em 12/01/1946 e regressou a Lisboa, no vapor “Guiné”, em 1 de fevereiro.] 

[Fernando Quirino || 07/07/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-511_m0008]

[Fernando Quirino || 10/07/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-511_m0007]

[Fernando Quirino || 03/08/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-511_m0006]

[Fernando Quirino || 07/08/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-511_m0005]

[Fernando Quirino || 08/08/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-511_m0004]

[Fernando Quirino || 09/08/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-511_m0003]

[Fernando Quirino || 09/09/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-511_m0002]

[Fernando Quirino || 16/09/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-511_m0001]

[João Esteves]

[3370.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLV

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLV * 

01514. Eduardo de Assunção Monteiro [1933, 1935, 1936]

[Eduardo de Assunção Monteiro || F. 25/05/1935 (Porto) || ANTT || RGP/1103 || PT-TT-PIDE-E-010-6-1103_m0211]

[Lisboa, 03/11/1904. Médico veterinário - Inspetor Municipal da Sociedade Pecuária. Filiação: Maria Rosa Monteiro, António Augusto Monteiro. Solteiro. Residência: Fundão / Rua Particular de Monsanto, 19 - Porto. Preso no Fundão e entregue pela Administração do Concelho à PVDE em 22/08/1933, «acusado de fazer propaganda e incitamento à indisciplina social» [Processo 773]. Transferido de cárcere em 11 ou 12/10/1933, provavelmente para o Forte de S. Julião da Barra. Em 19/11/1933, embarcou em Peniche com destino a Angra do Heroísmo. Julgado pelo TME/Açores em 25/08/1934, foi absolvido por unanimidade quanto aos factos ocorridos após 05/12/1932 [Processo 75 - TME]. No entanto, seguiu, em 05/11/1934, de Angra para Ponta Delgada, onde ficou com residência obrigatória. Requereu, em 08/11/1934, para ir viver, com a família, para o Porto. Regressou e apresentou-se em 24/12/1934 na PVDE, saindo em liberdade. Requereu ao ministro do Interior, em 17/01/1935, o regresso ao Fundão, onde exercia o cargo de Inspetor Municipal da Sociedade Pecuária. Preso em 23/05/1935, «por estar  envolvido em manejos revolucionários» e levado para o Aljube do Porto, foi libertado em 27/06/1935. Preso pela Delegação do Porto da PVDE em 17/04/1936, «para averiguações»; libertado em 02/05/1936. Partiu para Espanha, onde combateu na frente de Madrid, ao lado dos republicanos. Com a derrota destes, exilou-se em França, onde terá integrado a Resistência.]

01515. Manuel Nunes da Silva [1933]

[Preso em 1933 pelo Comando da PSP de Santarém, por estar associado ao grupo envolvido no processo de fabrico e transporte de bombas na região, abrangendo António Marques, Augusto Porfírio Fragoso, Francisco dos Santos Violante e Joaquim Martinho do Rosário [Processo 746]. Sofreu transferência de cárcere em 11 ou 12/10/1933, indo, provavelmente, para o Forte de S. Julião da Barra.]

01516. Fernando Carvalho da Cruz [1933, 1934]

[Fernando Carvalho da Cruz || ANTT || RGP/322 || PT-TT-PIDE-E-010-2-322]

[Monte Pedral, Lisboa, talvez em 1913. Estudante. Filiação: Virgínia Carvalho da Cruz, Francisco Alberto Martins da Cruz. Solteiro. Residência: Rua do Paraíso, 88 - Lisboa. Terá sido preso pela primeira vez em 1933, tendo sido transferido de cárcere em 11 ou 12/10/1933, provavelmente para o Forte de S. Julião da Barra.  Preso em 14/11/1934, por estar filiado nas Juventudes Comunistas Portuguesas e, em 14/11/1934, passou da 1.ª esquadra para o Aljube. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 20/03/1935, seria condenado em quatro anos de prisão correcional. Transferido, em 05/04/1935, para Peniche, foi deportado, em 08/06/1935, para a Fortaleza de S. João Batista, em Angra do Heroísmo  e, em 23/10/1936, seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal. Embora tenha terminado o cumprimento da pena em 5 de setembro de 1938, continuou em prisão preventiva. Incluído no indulto de Natal de 1939, recusou-se a assinar o termo de responsabilidade que lhe foi apresentado e continuou encarcerado: «Por informação do Diretor da C. P. é considerado como elemento extremista sem a menor tendência de regeneração». Por ter sido amnistiado, regressou do Tarrafal em 15 de julho de 1940 e saiu em liberdade. Ter-se-á fixado em Moçambique, onde casou com a cabo-verdiana Alda Benedita Duque Levy. Faleceu em 1974.]

01517. Francisco da Silva [1933, 1933]

[Almeirim, c. 1877. Empregado comercial. Filiação: Maria Monteiro, José da Silva. Solteiro. Residência: Rua Francisco Nunes Godinho - Santarém. Preso e entregue pela PSP de Santarém em 30/05/1933, «por estar envolvido em manejos revolucionários» e colaborar com Custódio Dias na entrega de produtos para preparação de bombas [Processo 746]. Saiu em liberdade condicional em 19/07/1933. Preso em 21/08/1933, «por ordem superior». Transferido para o Aljube em 13 ou 14/10/1933. Libertado em 18/04/1934, por ter cumprido a pena de prisão correcional imposta pelo TME.]

01518. Francisco Simões [1933]

[Tábua, c. 1892. Revisor de material da CP. Filiação: Maria Fernandes Gouveia, Adelino Augusto Simões. Casado. Residência: Rua 5 de Outubro, 21 - Alhos Vedros. Preso e entregue pela PSP de Faro em 16/08/1933, por ser «um dos principais elementos da Organização Comunista de Faro, o mais ativo mesmo». Mantinha contatos com Alberto Carlos Braga Júnior, Artur Alves (marinheiro), João Correia Gaspar e Manuel Joaquim Vaz [Processo 799]. Transferido, em 13 ou 14/10/1933, para o Aljube. Julgado pelo TME em 24/10/1933, foi absolvido e libertado [Processo 88/933 - TME].]

[João Esteves]

domingo, 24 de março de 2024

[3369.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLIV

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLIV * 

01510. Adolfo Correia da Fonseca [1933]

[Preso em 1933, foi transferido de cárcere em 11 ou 12/10/1933.]

01511. João Lopes Soares [1930, 1933, 1933, 1947]

[João Lopes Soares || F. 02/06/1947 || ANTT || RGP/17611 || PT-TT-PIDE-E-010-89-17611_m0021]

[Lugar das Cabeças - Leiria, 17/11/1878. Capitão capelão / professor. Filiação: Cristina de Jesus Lopes, Simão Pires Soares. Solteiro / Casado. Residência: Rua Gomes Freire, 163 - Lisboa / Estrada de Malpique, 19 - Lisboa. Frequentou o Liceu de Leiria, passou para o Seminário de Coimbra e formou-se em Teologia na Universidade de Coimbra em dezembro de 1900, iniciando a sua carreira eclesiástica. Tornou-se capelão militar e passou por diversos regimentos de várias localidades. Após a implantação da República, iniciou-se na Maçonaria, foi nomeado professor do Instituto Profissional dos Pupilos do Exército, exerceu diversas funções políticas, nomeadamente a de Governador Civil da Guarda, de Braga e de Santarém, foi várias vezes eleito deputado (1915, 1919, 1922, 1925) e desempenhou o cargo de ministro das Colónias no ministério de Domingos Pereira (1919). Exilou-se em Espanha durante o período sidonista (1917). A partir de 1926, teve papel destacado na oposição republicana à Ditadura. Vigiado pela Polícia Internacional Portuguesa, estava referenciado como tendo vários contatos com opositores à Ditadura, sendo solicitado que lhe fosse fixada residência fora do Continente. Em Agosto de 1930, por estar implicado no movimento revolucionário que deveria ter eclodido em Julho, foi-lhe fixada residência nos Açores, embarcando em 08/08/1930: terá conseguido fugir já que não chegou ao destino. Continuou a ser vigiado em 1931 e 1932, sendo reportados os seus contatos, encontros e entrevistas em diversos locais e moradas. Preso em 21/02/1933, por «andar fugido» e «estar envolvido em manejos revolucionários». Enviado, em 24/02/1933, à Delegação do Porto para ser ouvido em auto [Processo 621]. Regressou a Lisboa em 05/04/1933 e, em 04/05/1933, saiu em liberdade condicional. Recapturado em 21/08/1933, «por ordem superior». Terá sido enviado, em 11 ou 12/10/1933, para o Forte de S. Julião da Barra e dai seguiu, em 19/11/1933, para Angra do HeroísmoRegressou em 08/05/1934 e seguiu para o Aljube. Julgado pelo TME em 18/05/1934, foi restituído à liberdade no dia seguinte, por se considerar expiada a pena com a prisão preventiva sofrida. Preso em 02/06/1947, «para averiguações», e levado para o Aljube. Julgado pelo Tribunal Militar Territorial de Lisboa em 15/06/1948, foi condenado a um ano de prisão, dada por expiada, e libertado nesse dia. Reconhecido pedagogo, fundou, em 1936, o Colégio Moderno. Faleceu em 31/07/1970, em Lisboa.]    

[João Lopes Soares || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-295]

01512. José Joaquim Mendes [1933]

[Mogadouro, 1876. Comerciante. Filiação: Alexandrina Augusta. Casado. Residência: Rua Bartolomeu da Costa, 37 - Lisboa. Preso em 05/05/1933, «por estar envolvido em manejos revolucionários»: consentiu que na sua residência se realizasse uma reunião onde estiveram presentes, entre outros, o ex-capitão Cesar de Almeida, Manuel Jacinto, João Lopes Soares Roque Laia. Também manteve contatos com Manuel Alpedrinha quando esteve regressou clandestinamente de Espanha. Saiu em liberdade condicional em 23/05/1933. Preso em 21/08/1933, a pedido do TME. Julgado em 18/05/1934, foi condenado a 12 meses de prisão correcional, dada por expiada com a já sofrida. Libertado em 18/05/1934.]

01513. Manuel Jacinto [1930, 1933]

[Manuel Jacinto || ANTT || RGP/158 || TT-PIDE-E-010-1-158]

[Chamusca, 08/03/1898. Guarda-livros. Filiação: Maria Joaquina, José Jacinto. Casado. Residência: Rossio de Abrantes / Rua Avelar Machado. Preso pela Polícia de Informações de Santarém e entregue em 23/06/1930, «por suspeita de estar implicado no movimento revolucionário em preparação», constando o seu nome na «lista apreendida ao Dr. Luiz de Figueiredo». Libertado em 28/07/1930. Preso e entregue pela Administração do Concelho de Abrantes em 07/03/1933, «por estar envolvido na organização conspiratória», «fazendo parte de um forte núcleo que, ligados uns aos outros, vinham, desde há tempo, conspirando contra a atual Situação Política do País». Com ligações estreitas com o ex-tenente Alberto Alexandrino e o ex-capitão Nuno Cruz, relacionou-se, entre outros, com: Adolfo Correia da Fonseca, Artur Guilherme Rodrigues Cohen (engenheiro), Carlos Filipe Rodrigues Consiglieri (ferroviário, Marvila), ex-capitão Cesar de Almeidasargento Chambel,  sargento Francisco Horta Catarino, Jacinto Rodrigues da Silva, João Antunes (ferroviário), João José Luís Damas (médico, Abrantes), João Lopes Soares, Joaquim Godinho, Joaquim Rodrigues Sequeira, José Joaquim Mendes, Manuel AlpedrinhaManuel de Oliveira Lúcio (Tramagal), Manuel Francisco Pires, Manuel Vieira Tomé (ferroviário), Raul Jorge Wheelhouse (médico), Roque Laia, coronel Velez Caroço e Zeferino Alves Esteves [Processo 720]. Levado para o Aljube, foi julgado pelo TME em 01/07/1933: condenado a dois anos de degredo, devido a ter à sua guarda uma metralhadora, ficando, depois, à disposição do governo [Processo 37/933 - TME]. Transferido, em 11 ou 12/10/1933, para outro cárcere, provavelmente para S. Julião da Barra. Submetido a novo julgamento em 18/05/1934, no âmbito de outro processo [Processo 720], onde era acusado de «ser detentor, para fins revolucionários, de material explosivo destinado a fabrico de bombas»: condenado a dois anos de prisão correcional. Deportado, em 23/09/1934, para Angra do Heroísmo, embarcando no vapor "Carvalho Araújo". Concluiu a pena de degredo em 02/07/1935 e iniciou o cumprimento da pena de prisão correcional. Em 10/08/1935, o TME considerou que, concluído o cumprimento da pena, não devia ficar à disposição do Governo e, caso a PVDE assim o entenda, a prisão correcional podia ser cumprida no Continente. A PVDE considerou que, «enquanto não haja presídio mais distante, julga indispensável mantê-lo em Angra do Heroísmo, visto tratar-se de um elemento perigoso». Requereu, em 13/09/1935, para cumprir o resto da pena no Continente, devido ao seu estado de saúde, pretensão negada pela SPS da PVDE «por ser um elemento perigoso». Requereu, em 26/06/1936, para ser amnistiado. A pena de prisão correcional terminou em 07/03/1937 e o TME comunicou, em 12/03/1937, que Manuel Jacinto já tinha pago a multa a que fora condenado, «devendo por isso ser posto em liberdade, se por outro motivo não tiver de continuar preso». Não foi libertado, por ser «indispensável à Ordem Pública manter a prisão do epigrafado em Angra do Heroísmo ou Cano Verde». Por ter sido indultado, foi ordenada a sua libertação em 23/12/1938. Desembarcou em 06/01/1939. Faleceu em 02/07/1942, com apenas 44 anos.]

[João Esteves]